terça-feira, 28 de abril de 2009

A Viagem do Elefante



"... Havia mesmo quem tivesse prognosticado que a viagem do elefante terminaria aqui, neste mar de rosas . Ou porque a prancha de acesso ao convés, incapaz de lhe suportar as quatro toneladas de peso, se rompesse ou porque um balanço mais forte da onda lhe fizesse perder o equilíbrio e o lançasse de cabeça para baixo no pélago, a hora final teria chegado para o antigo e feliz salomão, agora tristemente baptizado com o bárbaro nome de solimão. "
José Saramago




SANTA IRIA NA BIBLIOTECA MUNICIPAL DE TOMAR

No dia 27 de Março, último dia de aulas do 2.º período, nós, alunos da turma do 5.ºG fomos à Biblioteca Municipal de Tomar representar a Lenda de Santa Iria para os nossos colegas do 5.ºA,5.ºB,5.ºE, 6.ºE e 7.ºD. Os nossos pais não estiveram presentes, pois já tinham assistido à primeira representação da peça na Capela de Santa Iria.
A ideia de dramatizar esta lenda surgiu na sequência dos diversos trabalhos que fizemos sobre a Capela de Santa Iria para a exposição “Pedras que Falam”, realizada na nossa escola no âmbito da comemoração do Dia da Cidade.
Apesar de só alguns alunos terem participado na dramatização da lenda, todos nós demos o nosso contributo, dado que os diálogos foram elaborados por nós, com a ajuda da nossa professora de Língua Portuguesa.
O espaço onde representámos a peça (uma das salas de leitura da Biblioteca) era pequeno e não era o mais adequado. Por isso, estávamos todos um pouco nervosos. No entanto, cada um deu o seu melhor para fazer esta pequena dramatização. Tivemos de a repetir três vezes para que todos pudessem assistir.
No final, recebemos muitos elogios dos colegas mais velhos e ficámos todos vaidosos.
Depois da nossa actuação, também os alunos do 6.ºE representaram um poema por eles elaborado sobre a história de Tomar – “Rap do Passado” – que foi igualmente muito aplaudido.
Foi uma manhã muito divertida e todos nos sentimos muito orgulhosos por ter realizado esta actividade em honra da lenda mais famosa da nossa cidade.


Os alunos do 5.ºG

"Ser um mestre inesquecível é formar seres humanos que farão diferença no mundo."
In: Pais Brilhantes, Professores Fascinantes, Augusto Cury

Olá!
Prometo notícias muito em breve!
Beijinhos, Clara

domingo, 26 de abril de 2009

Ainda o 25 de Abril...nas palavras de Sophia de Mello Breyner Andresen

“Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo.“


Sophia de Mello Breyner Andresen

E era tempo de Saudade...

EXÍLIO

Éramos vinte ou trinta nas margens do Sena.
E os olhos iam com as águas.
Procuravam o Tejo nas águas do Sena
procuravam salgueiros nas margens do vento
e esse país de lágrimas e aldeias
pousadas nas colinas do crepúsculo.
Procuravam o mar.

Éramos vinte ou trinta nas margens do Sena
sentados
ausentes.

E havia uma rua. Havia uma casa.
Havia um cesto de cerejas sobre a mesa.
Havia um puro cheiro a pão. Uma varanda
e roupa branca a secar.
Havia uma Pátria.
E havia tecedeiras subterrâneas
tecendo em Coimbra a primavera.

Havia o António e uma guitarra
incendiada nos seus dedos.

E a minha irmã morava nesse ritmo.
A minha mãe bordava. (Às vezes creio que lembrava.)
Meu pai - esse partia extasiado
para o país da música. Havia uma avó
procurando sentir o que eu sentia.

Havia uma casa.
Havia uma Pátria.

Éramos vinte ou trinta nas margens do Sena
onde o vento cantava
uma canção estrangeira.

E os olhos iam com as águas.

Manuel Alegre, 30 Anos de Poesia, Ed. Círculo de Leitores, 1996

25 de Abril, 35 anos depois...

Pergunto ao vento que passa
notícias do meu País
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.
(...)
Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.

Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz Não.
.
Manuel Alegre
(1963)

Ser Mulher antes do 25 de Abril...



* No trabalho :

– Em 1974, apenas 25% dos trabalhadores eram mulheres; apenas 19% trabalhavam fora de casa (86% eram solteiras; 50% tinham menos de 24 anos).

– Ganhavam menos cerca de 40% que os homens.

– A lei do contrato individual do trabalho permitia que o marido pudesse proibir a mulher de trabalhar fora de casa.



– Se a mulher exercesse actividades lucrativas sem o consentimento do marido, este podia rescindir o contrato.


– A mulher não podia exercer o comércio sem autorização do marido.

– As mulheres não podiam ser magistradas.

– Certas profissões (por ex., enfermeira, hospedeira do ar) implicavam a limitação de direitos, como o direito de casar.

* Na família:

– A mulher, face ao Código Civil, podia ser repudiada pelo marido no caso de não ser virgem na altura do casamento.

– O marido tinha o direito de abrir a correspondência da mulher.
.
– O Código Penal permitia ao marido matar a mulher em flagrante adultério (e a filha em flagrante corrupção), sofrendo apenas um desterro de seis meses;


– Até 1969, a mulher não podia viajar para o estrangeiro sem autorização do marido.

* Saúde Sexual e Reprodutiva :

– Os médicos da Previdência não estavam autorizados a receitar contraceptivos orais, a não ser a título terapêutico.

– A publicidade dos contraceptivos era proibida.

– O aborto era punido em qualquer circunstância, com pena de prisão de 2 a 8 anos. Estimavam-se os abortos clandestinos em 100 mil/ano, sendo a terceira causa de morte materna.

– Cerca de 43% dos partos ocorriam em casa, 17% dos quais sem assistência médica; muitos distritos não tinham maternidade.

– A mulher não tinha o direito de tomar contraceptivos contra a vontade do marido, pois este podia invocar o facto para fundamentar o pedido de divórcio ou separação judicial.

* Segurança Social:

Infraestruturas e equipamentos sociais



– Em 1973 havia 16 creches oficiais e a totalidade, incluindo as particulares, que cobravam elevadas mensalidades, abrangia apenas 0,8% das crianças até aos 3 anos de idade.


– Quase 50% das casas não tinha água canalizada e mais de metade não dispunha de electricidade.


* Direitos cívicos e políticos:


– Até final da década de 60, as mulheres só podiam votar quando fossem chefes de família e possuíssem curso médio ou superior.


– As mulheres apenas podiam votar para as Juntas de Freguesia no caso de serem chefes de família (se fossem viúvas, por exemplo), tendo de apresentar atestado de idoneidade moral.

Dá que pensar...

sábado, 25 de abril de 2009

«África Acima»

"Começo hoje uma longa e imprevisível travessia do continente africano, um devaneio orientado por um simples objectivo: regressar a casa. É este o meu projecto: atravessar África (...) utilizando as estradas do continente, recorrendo aos transportes públicos, aos autocarros maltratados pelos anos, aos comboios que ainda andam, pedindo boleia, viajando com as pessoas da terra -em terra onde estiver, farei como vir fazer. Excluo o transporte aéreo, voar sobre África não é viajar por África. Álias, voar não é viajar."
Gonçalo Cadilhe
Viajemos então à boleia do autor enquanto não pudermos fazer o mesmo, pelo menos até às férias!

«Meia-Noite ou o Princípio do Mundo»- Richard Zimler

"No início do século XIX em Portugal, John Zarco Stewart, filho de uma judia portuguesa e de um escocês, é uma criança endiabrada e sensível (...) mas um período de perda e de amargas revelações põe um fim abrupto à sua inocência, e só a misteriosa interferência de um mágico estrangeiro, trazido de África pelo pai do rapaz, consegue savá-lo: Meia-Noite, um curandeiro africano e antigo escravo, o homen que determinará o curso do seu destino."

Um romance surpreendente!


domingo, 19 de abril de 2009

domingo, 12 de abril de 2009


Páscoa Feliz!



Páscoa é tempo de Amor,

de família,

de Paz...



É tempo de agradecermos

discretamente,

por tudo que o temos

e por tudo que teremos.



Páscoa é um sentimento

nos nossos corações

de esperança,

fé e confiança.


É dia de milagres;

é dia dos nossos sonhos

parecerem

estar mais perto,

tempo de retrospecção

por tudo o que tem sido

e uma antecipação

de tudo o que será.


E é hora de lembrar

com amor

e apreço

as pessoas que,

em nossas vidas,

fazem a diferença...


Pessoas como vocês!!!



Anna Marie Edwards

PÁSCOA FELIZ!

Curiosidades sobre a Páscoa




A Simbologia do Ovo

O ovo é um símbolo que praticamente se explica por si mesmo. Ele contém o germe, o fruto da vida, que representa o nascimento, o renascimento, a renovação e a criação cíclica. De um modo simples, podemos dizer que é o símbolo da vida. Os ovos tornaram-se símbolo oficial da Páscoa no século XVIII.


Os celtas, gregos, egípcios, fenícios, chineses e muitas outras civilizações acreditavam que o mundo havia nascido de um ovo. Na maioria das tradições, este "ovo cósmico" aparece depois de um período de caos.


Na Índia, por exemplo, acredita-se que uma gansa de nome Hamsa (um espírito considerado o "Sopro divino"), chocou o ovo cósmico na superfície de águas primordiais e, daí, dividido em duas partes, o ovo deu origem ao céu e a terra - simbolicamente é possível ver o céu como a parte leve do ovo, a clara, e a terra como outra mais densa, a gema.


O mito do ovo cósmico aparece também nas tradições chinesas. Antes do surgimento do mundo, quando tudo ainda era caos, um ovo semelhante ao de galinha se abriu e, de seus elementos pesados, surgiu a terra (Yin) e, de sua parte leve e pura, nasceu o céu (Yan).


Para os celtas, o ovo cósmico é assimilado a um ovo de serpente. Para eles, o ovo contém a representação do universo: a gema representa o globo terrestre, a clara o firmamento e a atmosfera, a casca equivale à esfera celeste e aos astros.


Na tradição cristã, o ovo aparece como uma renovação periódica da natureza. Trata-se do mito da criação cíclica. Em muitos países europeus, ainda hoje há a crença de que comer ovos no Domingo de Páscoa traz saúde e sorte durante todo o resto do ano. E mais: um ovo posto na sexta-feira santa afasta as doenças.